|
OU ISTO OU AQUILO?
Onde estão as coisas das quais falamos? Por séculos a Verdade parecia estar no seu devido lugar, na exata correspondência entre o enunciado e a realidade das coisas que proferimos. Dizer o verdadeiro, nos ensina Aristóteles, é "Dizer do que é que é e do que não é que não é".
O inconsciente, porém, escapa à verdade dos fatos. Freud nos mostra em A Denegação que o analisando, ao dizer "Você pergunta quem pode ser esta pessoa no sonho. Minha mãe não é". Corrigimos: "então é a mãe". Ou, como coloca o filósofo Jean Hyppolite, "Vou lhe dizer o que não sou, mas atenção, é precisamente isso que sou".
Após Freud, a verdade exata resvala de seu lugar e passa a ser atravessada por afetos. |
|
 |
|