MULHERES TRATADAS PELA PSICANÁLISE
O que elas querem?
Com o tema “Mulheres tratadas pela psicanálise”, o Instituto da Psicanálise Lacaniana realizará, no dia 30 de maio, mais um Sábado no IPLA, curso em cinco aulas.
A psicanálise nasceu das mulheres. Cinco histéricas forneceram matéria para os casos inaugurais das elaborações de Freud. E foi pelo caso de uma mulher psicótica que Lacan fez sua entrada na psicanálise.
Haveria um lugar privilegiado das mulheres na psicanálise? Elas oferecem um enigma, colocam de modo peculiar a impossibilidade de seu desejo. O que quer uma mulher? pergunta Freud. Como goza uma mulher, pergunta Lacan. Freud define a mulher por um déficit em relação à posição masculina. E Lacan, pelo excesso, por um gozo suplementar. A mulher se beneficiaria de um gozo “a mais”.
O mundo mudou. Como diz Jorge Forbes, passou de uma orientação vertical em que a figura do pai era a bússola, para uma organização horizontal, flexível e múltipla.
“Por ser realizada em um laço social horizontal, não mais vertical; por privilegiar o singular sobre o comum a todos; por não buscar grandes causas, mas a delicadeza dos afetos, é chamada de feminina. A globalização, a nova era em que vivemos, é feminina.” (Forbes, 2013). Tal aforismo é reconhecimento de certo savoir-faire nas mulheres.
A globalização retira a garantia do pai e traz novas responsabilidades e novos vínculos entre as pessoas e, consequentemente, reconfigurações da família. Em um mundo em que não existe mais padrão, cada um é tomado em sua singularidade. Sem mais esperanças em um sentido comum partilhado desenham-se novas configurações. Busca-se além do saber do pai, aquilo que ressoa, o viral.
Neste contexto, a mulher se deslocou de sua posição tradicional para criar novas possibilidades de escolha de sua vida no amor, profissão, filhos, beleza, inteligência, hobby. E nessas mudanças e nesse novo tempo isso significa que hoje, finalmente, haveria uma resposta sobre o que quer uma mulher? Essa pergunta norteará o curso da forma que se lê em seguida.
Programa
9h00 – 9h30: Café com bolo IPLA
9h30 – 10h30: Aula Inaugural Ter corpo de mulher não garante o feminino – Elza Macedo
A mulher de Lacan e a mulher de hoje. Qual a possibilidade de ousar uma mulher ou de ousar o real? A dimensão libidinizante do significante, ao incidir sobre o corpo, o torna mais vivo e desejante de um objeto singular. (Forbes)
10h30 – 11h30: Aula 2 O que quer uma mulher? – Claudia Riolfi
A sexuação hoje. A posição do feminino. Não há relação sexual. A impossibilidade de se ousar uma mulher, de ousar dizer o que se deseja. A mulher não existe (Lacan). Quanto mais aumenta o risco da escolha, maior a angústia.
11h30 – 12h00: Café com bolo IPLA
12h00 – 13h00: Aula 3 A globalização é feminina (Forbes) – Alain Mouzat
A mulher não segue a lógica do “para todos”. A ação precede a razão. Passamos de uma ética da razão para uma ética do desejo. Ressoar é difuso sem ser genérico. Os novos sintomas na globalização.
13h00 – 15h00: Horário de Almoço
15h00 – 16h00: Aula 4 A mulher, mais verdadeira e mais real – Dorothee Rüdiger
Uma mulher é para o homem um sintoma. O homem é para uma mulher uma devastação. O gozo das mulheres é maior que o do homem (Lacan). As condições de escolha de um objeto, como também de uma pessoa, são sempre muito estranhas aos olhos dos outros. A responsabilidade da escolha.
16h00 – 17h00: Aula de Encerramento A mulher e a histérica – Liége Lise
Ser mãe e mulher – Paradoxo? A incidência de um pai sobre o desejo de uma mãe. Se uma mãe autoriza a invenção, o pai a legitima. A histérica não é uma mulher. Freud avançou ao escutar as histéricas que “bancavam homem”. A velha histeria e a nova histeria. A psicanalista, a mulher, a interpretação.
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