O Avesso da Psicanálise

Chaves de leitura para o Seminário 17 de Jacques Lacan

O Seminário 17 O Avesso da Psicanálise é uma virada no ensino de Jacques Lacan. Transição para o que se denomina seu último ensino.

O mundo estava em rápida mudança, os laços sociais se modificando e novos sintomas surgindo. Considerando que cabe à psicanálise, não só acompanhar o cenário, a subjetividade de sua época, mas também intervir no mundo, Lacan passa da clínica do significante para a clínica do real e seu Seminário abre para a interpretação do novo laço social.

Formaliza as posições discursivas que movem nosso mundo, representadas por quatro discursos: discurso universitário (DU) ligado ao saber, discurso do mestre (DM) associado ao poder, discurso da histérica (DH) vinculado ao sintoma e discurso do analista (DA), à causa do desejo. É contundente a afirmação de Lacan: “O que prefiro é um discurso sem palavras.” Faz-se necessário que a pessoa se inscreva em um desses discursos, pois fora do discurso, desatada de um laço social, enlouquece. Lacan faz da psicanálise o avesso do discurso do mestre, o qual é massificante. O discurso analítico, que tem como pedra de toque o objeto causa do desejo, seria aquele que singulariza.

Lacan relê o caso Dora apresentado por Freud para indicar que uma clínica baseada no complexo de Édipo mostrava-se insuficiente numa sociedade em que a figura do pai foi pluralizada. Então, neste Seminário 17, Lacan vai além do Édipo. Chega, no desfecho do Seminário, à questão da vergonha ligada à singularidade absoluta da pessoa e em que está concernido o real.

Estas são chaves de leitura que serão nesse curso.

Curadoria:  Elza Macedo

PROGRAMA

Apresentação por Elza Macedo
Os deslocamentos de Lacan; Capa do livro; “A linguagem é a condição do inconsciente, é isto o que eu digo.”; O avesso da psicanálise.

1ª aula | A clínica para além do Complexo de Édipo | Dorothee Rüdiger
Gozo e corpo, mais-de-gozar; Nomes do pai; Mito; Do mito à estrutura; A morte como incognoscível; O real é o impossível; Castração, frustração e privação; Pai real como agente da castração; O que quer uma mulher? E a mãe?; Exemplo clínico – caso Dora.

2ª. aula | O que prefiro é um discurso sem palavras | Liége Lise e Teresa Genesini
Linguística; Segunda morte; Os lugares; Discurso do Mestre; Discurso da histérica, a histerização do discurso; A histérica simboliza a insatisfação primeira; Discurso do analista, objeto a, transferência; Discurso universitário. Exemplo clínico.

3ª. aula | O avesso da vida contemporânea | Helainy Andrade
Balzac; O afeto; Morrer de vergonha – vergonha e real; Vergonha de viver; A angústia – ela não é sem objeto; Savoir-faire; Analista – causa do desejo; Latusas; Da impotência à impossibilidade; O impossível é o real; Verdade; “O ato analítico seria a terceira das profissões impossíveis”; Nascemos inseridos na linguagem; Transferência. Exemplo clínico.

Valor: R$250,00
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