O curso visa a oferecer um percurso clínico e conceitual da psicanálise desde sua construção, por Freud, aos últimos desenvolvimentos da segunda clínica de Lacan.
O curso será realizado em dois semestres: o primeiro dedicado a Sigmund Freud, o segundo a Jacques Lacan.
Para estruturar cada semestre recorremos a divisões significativas nas duas elaborações: em Freud, as duas tópicas – Inconsciente/Pre-consciente/ Consciente e Ego/Id/Superego – e em Lacan, a primeira clínica, do simbólico, e segunda clínica, a clínica do real.
As aulas serão ministradas pelo corpo docente do IPLA e convidados
PROGRAMA
1° semestre: SIGMUND FREUD
Inconsciente / Pré-consciente / Consciente
De sua convicção de que os sintomas da histérica não tinham uma origem em lesão orgânica, Freud
conseguiu elaborar uma representação da psique humana – Inconsciente /
Pré-consciente / Consciente – e um modo
de intervenção pela palavra – a interpretação
– que pudesse atuar sobre o sintoma, ou
até fazê-lo desaparecer. Para tanto, Freud mostrou
onde e como se manifesta o inconsciente, a começar nos sonhos e, em
seguida, na vida cotidiana. Ele
elaborou os mecanismos que, descolando
os afetos das representações,
permitem aos sintomas se manifestarem em
substituição às representações recalcadas. As formações do inconsciente – sonhos ou atos
falhos – nos remetem sempre a uma significação sexual, o desejo recalcado, que
encontra na sexualidade infantil sua matriz: o
complexo de Édipo.
Ego, Id e
Superego
A partir de 1923, para tratar a insistência do sintoma,
Freud introduz uma representação psíquica igualmente tripartite – Ego, Id e
Superego . Percebendo que a repetição produz uma satisfação, Freud vai
reconfigurar os limites e os fins da
análise, movido pela constatação clínica
de um resto sintomal , se manifestando diversamente no homem e na mulher.
Março
– abril: a primeira tópica
1 – Dia
10 de março
Apresentação do IPLA, do corpo de formação, das
atividades. O Curso Fundamental.
2 – Dia
17 de março
Conferência inaugural de Jorge Forbes: Freud
3 – Dia
24 de março
Inconsciente – Pré-consciente –
Consciente
Da catarse à psicanálise. Ana O.
4 – Dia
31 de março
O
sonho e sua interpretação: a sexualidade.
A bela açougueira
5 – Dia
7 de abril
A
vida cotidiana atravessada pelo inconsciente: os caminhos do significante.
Os
esquecimentos dos nomes próprios. Signorelli
6 – Dia
14 de abril
A
técnica analítica: a transferência aliada e obstáculo.
O caso Dora
7 – Dia
28 de abril
A
condição humana marcada pela sexualidade: o complexo de Édipo.
O
pequeno Hans
Maio –
junho: a segunda tópica
8 – Dia
5 de maio
A dinâmica das
pulsões. Metapsicologia
9 – Dia
12 de maio
Conferência de Jorge Forbes: O escritor criativo
e os romances familiares dos
neuróticos.
10 – Dia
19 de maio
Para além do princípio
do prazer: algo insiste. A repetição
11 – Dia 26 de maio
A sexualidade define a
condição humana: a castração. Totem e tabu
12 – Dia
2 de junho
Os fins da análise:
analise terminável e interminável
13 – Dia
9 de junho
Da interpretação às
construções em análise.
14 – Dia 16 de junho
A psicanálise freudiana para uma sociedade pai-orientada.
15 – Dia
30 de junho
Conferência de encerramento
O mundo marcado de forma irreversível pela
psicanálise.
2º semestre : JACQUES LACAN
Distinguem-se, no percurso de Jacques Lacan, duas clínicas, com fundamentos, formalizações, manejos e orientações diferentes, que estabelecem, entre si, relações complexas. A primeira clínica, dos vinte anos iniciais de seu ensino, corresponde a seu ‘retorno a Freud’ e às estruturas freudianas. Pode ser caracterizada como uma clínica estrutural edípica, uma clínica do sujeito, das modalidades do desejo, do Outro, enfim, uma clínica sob a primazia do simbólico e do inconsciente estruturado como uma linguagem, na qual as estruturas clínicas – neurose, psicose e perversão – aí se ordenam em torno ao pai.
A segunda clínica, elaborada nos últimos dez anos de ensino de Lacan, responde às mudanças sofridas pelo Homem, na globalização. Tais mudanças exigem uma nova clínica psicanalítica além do Édipo, uma vez que os elementos verticais orientadores da estrutura edípica foram abalados. Pode ser caracterizada como uma clínica borromeana, do parlêtre (loquente), do gozo, do além do Édipo, do ‘Outro que não existe’, do sintoma indecifrável, sempre tomando como paradigma a experiência e o encontro com o Real.
Agosto – setembro: a primeira clínica de Jacques Lacan
1 – Dia
11 de agosto
Conferência inaugural de Jorge Forbes:
Jacques Lacan
2 – Dia
18 de agosto
Do sentido à estrutura: Lacan e os linguistas
“ O inconsciente é estruturado como uma linguagem”
3 – Dia
25 de agosto
Do Édipo freudiano ao Édipo lacaniano: o Nome do Pai
A psicopatologia da clínica edípica
4 – Dia
1° de setembro
Uma clínica do sujeito
e do desejo: as formações do
inconsciente
O desejo do Outro
5 – Dia
8 de setembro
A causa do desejo: um
objeto que não há. Você quer o que deseja?
6 – Dia
15 de setembro
Clínica da
interpretação: a verdade é da ordem da
ficção
7 – Dia
22 de setembro
O discurso do
psicanalista: um novo laço social
8 – Dia 29 de setembro
Manejos e fim de uma
análise na primeira clínica. A direção do tratamento e os princípios do seu
poder
Outubro – novembro :
a segunda clínica de Jacques Lacan
9 – Dia
6 de outubro
O real insiste: a degradação
da linguagem. Da palavra ao gesto do analista
10 – Dia
13 de outubro
Do sujeito como efeito
de significante ao corpo como suporte de gozo. O homem,
a mulher e a fórmula da sexuação
11 – Dia
20 de outubro
Lalangue ou como a palavra toca o corpo: para um significante
novo
12 – Dia
27 de outubro
Clínica do real: consequência e responsabilidade pelo acaso
13 – Dia 3 de novembro
Os novos sintomas e o
curto-circuito do gozo
14 – Dia 10 de novembro
Até onde levar uma
análise?
15 – Dia
17 de novembro
Final de análise na
segunda clínica: desabonado do inconsciente
16 – Dia
24 de novembro
Conferência de encerramento
Lacan analista do
futuro: uma psicanálise para o século XXI