Curso Intermediário: de Freud a Lacan – O Sintoma (Edição 2017) 17/01/2017

Apresentação

Curso Intermadiário: de Freud a Lacan - O Sintoma (Edição 2017)

O Sintoma é o tema do Curso de Formação em Psicanálise – Intermediário, no ano de 2017. Expressão humana paradoxal, o sintoma causa sofrimento e satisfação. É uma resposta singular de como a pessoa lida com seu corpo, afeto e sexualidade. A conceitualização de sintoma advém da prática clínica e da ética em psicanálise.

Sigmund Freud desvela o sintoma como uma das formações do inconsciente, uma expressão disfarçada do desejo. Sob ação do recalque, a partir da chave edípica, o sintoma é para Freud uma aliança de compromisso entre a pulsão e defesa. Por meio da interpretação e do ganho de sentido, podia ser decifrado.

Jacques Lacan, no seu primeiro ensino, propõe, a partir da ferramenta da linguística estrutural um retorno a Freud expresso no paradigma “O inconsciente é estruturado como uma linguagem”. O inconsciente simbólico, nos eixos da metáfora e da metonímia, pauta a intervenção sobre o sintoma pela via do significante levando a sua remissão.  Posteriormente, Lacan procede a uma ruptura. É o segundo momento do seu ensino, sob a égide do inconsciente real, Lacan cria um novo entendimento e uma nova intervenção sobre o sintoma, cuja grafia passa a ser “sinthoma”. Este não é mais expressão de conflito, mas diz da identidade única da pessoa, aspecto do qual não consegue se desvencilhar, osso duro a suportar que pede uma solução singular para a angústia do ser.

No século XXI, os sintomas não são os mesmos da época de Freud. Os Novos Sintomas são novas expressões do sofrimento subjetivo e trazem como marca a impossibilidade de explicação. Têm como característica o curto-circuito da palavra, resistem à associação livre e à interpretação. Marcam a passagem do “Freud explica” para o “Freud implica”. A responsabilidade passa a ser o novo orientador clínico, convite para que a pessoa em análise, diante deste ponto estranho, que “sou eu”, invente uma solução e uma forma de se  articular no mundo.

Forma de Organização

A cada mês Jorge Forbes fará uma conferência que ocorrerá às segundas-feiras, e não às terças-feiras, dado que será oferecida também aos participantes do Curso Fundamental e Online.

O tema anual – O Sintoma – será trabalhado em quatro módulos bimestrais. Nos dois primeiros será visto como Freud considerou o sintoma ao longo de sua obra. Nos dois últimos, a releitura que Lacan faz quanto ao sintoma freudiano e os avanços que apresentou, caracterizando o Sinthoma.

A dinâmica de trabalho se dará em pequenos grupos, formados por meio de sorteio-escolha, acompanhados por um Tutor e Sombra. A função do Sombra é marcar com sua presença uma inquietação, provocando para que cada participante do grupo se implique e coloque de si na produção, inscrevendo a não suficiência e incompletude diante da experiência do saber em psicanálise. Tal dinâmica oportuniza uma melhor apropriação e construção dos conceitos estudados. No final de cada semestre, os grupos apresentarão um trabalho, produção coletiva, fruto do estudo que empreenderam. 

Datas e horário: às terças feiras de 20h a 21h30min.
Investimento: 12 parcelas de R$ 400,00.
Informações na secretaria: tel: (11) 3061-0947, com Caetano Imbo

Coordenação: Liége Lise

Cronograma

Curso 1: O sintoma, expressão disfarçada do desejo

1

06/03

Conferência Inaugural Jorge Forbes
O sintoma, expressão disfarçada do desejo 

2

14/03

O sintoma e as formações do inconsciente

3

21/03

Sintoma, defesa e recalque

4

28/03

Dora e o sintoma histérico

5

04/04

“Os sintomas têm um sentido e se relacionamcom as experiências do paciente.”

6

10/04

Jorge Forbes esclarece:
Dora: “A velha e a nova histérica” 

7

18/04

“A fantasia desempenha um papel importante na formação dos sintomas.”

8

25/04

O homem dos ratos e o sintoma obsessivo

Bibliografia de Referência:

2.FREUD, Sigmund. (1913).  Sobre a psicanálise. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago vol. XII. P.223-229.
3._________. (1915). Recalque. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. vol. XIV. P.147-162.
4._________. (1905). Fragmento da análise de um caso de histeria. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. vol. VII. P.15-116.
5. _________. (1917). Conferência XVII: O sentido dos sintomas. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. vol. XVI. P.265-279.
6. FORBES, Jorge.  (2002). Epidemia de medeias – Novos modos de desorientação pulsional. http://www.jorgeforbes.com.br/print.php?id=129
7._________. (1917). Conferência XXIII: Os caminhos da formação dos sintomas. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. vol. XVI. P.361-378.
8._________. (1909). Notas sobre um caso de neurose obsessiva. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. vol. X.P.137-215.

 

Curso 2: Sintoma e repetição

1

08/05

Conferência Inaugural Jorge Forbes
O que se repete no sintoma 

2

09/05

Sintoma, libido e transferência

3

16/05

“Recordar, repetir e elaborar.”

4

23/05

Caso Hans

5

30/05

“Inibições, sintomas e ansiedade.”

6

06/06

“Inibições, sintomas e ansiedade.”

7

12/06

Jorge Forbes esclarece:
A angústia na psicanálise 

8

20/06

Supervisão dos trabalhos

9

27/06

Apresentação dos trabalhos

Bibliografia de Referência:

2. FREUD, Sigmund. (1917). Conferência XXVII. Transferência. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. Vol. XVI. P.433-448.
3._________. (1914). Recordar, repetir e elaborar. (Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise). In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. Vol. XII. P.163-171.
4. _________. (1909). Análise de uma fobia em um menino de cinco anos. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. Vol. X. P.13-133.
5 e 6. _________. (1926). Inibições, sintomas e ansiedade. In: Obras completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. Vol. XX. P.81-171.

 

Curso 3: Sintoma, metáfora do desejo

1

07/08

Conferência Inaugural Jorge Forbes
Sintoma, metáfora do desejo 

2

15/08

O sintoma “se resolve por inteiro numa análise linguageira, por ser ele mesmo estruturado como uma linguagem.”

3

22/08

Finalização do tema da aula anterior

4

28/08

No sintoma há uma satisfação às avessas do desejo

5

05/09

Finalização do tema da aula anterior

6

11/09

Jorge Forbes esclarece:
“Leibproblem: O-problema-do-corpo”

7

19/09

Sintoma e pulsão: satisfação paradoxal

8

26/09

“Ler um sintoma.”

Bibliografia de Referência:

2. e 3.  LACAN, Jacques. (1953). Função e campo da fala e da linguagem em psicanálise. In: Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. Parte II.  Símbolo e linguagem como estrutura e limite do campo psicanalítico. P. 267-290.
4. e 5. _________ (1957-1958). O Seminário. Livro 5:  As formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999. Capítulo XVIII. As máscaras do sintoma. P. 330-346.
6. FORBES, Jorge.  (2002).  Leibproblem: O-problema-do-corpo. http://www.jorgeforbes.com.br/arq/AEC%20sinopse%201,%2014abr4.
7. LACAN, Jacques. (1964) O Seminário. Livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 2001. Capítulo XIII. Desmontagem da pulsão. P. 159-166.
8. MILLER. Jacques-Alain. Ler um sintoma. Trabalho final no Congresso da NLS – Londres, 2011. http://www.ebpsp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=579:ler-um-sintoma-jacques-alain-miller&catid=23:textos&Itemid=54

 

Curso 4: Sintoma e gozo

1

02/10

Conferência Inaugural Jorge Forbes
Sintoma: “Do acidente à coincidência” 

2

09/10

Sintoma e o fora de sentido

3

17/10

A diferença: – sintoma e sinthoma – na grafia, na concepção e no tratamento.

4

24/10

Os novos sintomas e o curto-circuito da palavra

5

31/10

Os novos sintomas e a clínica do Real

6

07/11

O quanto nó: o sinthoma

7

14/11

Supervisão dos trabalhos

8

20/11

Conferência com Jorge Forbes:
Responsabilidade: estar desabonado do inconsciente

9

28/11

Apresentação final dos trabalhos 

Bibliografia de Referência

2. LACAN, Jacques. (2007). O sinthoma. Livro 23: O sinthoma. 1975-1976. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Capítulo VIII. Do sentido, do sexo e do real. P.11-26
3. FORBES, Jorge. (2016). Fazer-se tolo de um real: o que é crer no sinthoma? http://www.jorgeforbes.com.br/br/artigos/fazer-se-tolo-de-um-real-o-que-%C3%A9-crer-no-sinthoma.html
4.__________,(2002). Epidemia de Medeias. Novos modos de desorientação pulsional. http://www.projetopsicanalise.com.br/br/artigos/epidemia-de-medeias.html
5. _________ (2005) Provocações Psicanalíticas I – As possibilidade da psicanálise. http://www.jorgeforbes.com.br/br/artigos/provocacoes-psicanaliticas-1.html
6. LACAN, Jacques. (2007). O sinthoma. Livro 23: O sinthoma. 1975-1976. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Capítulo VI. Joyce e as falas impostas. P.88-98.
8. FORBES, Jorge. (2012). Inconsciente e Responsabilidade – Psicanálise do século XXI. Editora Manole. P. 141-154.

 

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