Por Marina Soubhia
A geração Flux refere-se a pessoas com uma capacidade criativa e de um Savoir –y – faire diante das mudanças.
Quem já ouviu falar em “Geração Flux”? Foi só recentemente que me deparei com esse termo, e, para minha agradável surpresa, não se trata de mais uma maneira de rotular negativamente toda uma geração, desmerecendo suas características e duvidando da sua capacidade evolutiva (como a Y). Vimos, durante muito tempo, “especialistas” anunciando a tragédia que a Geração Y seria. Jovens ansiosos, insubordinados e preguiçosos, ou seja, incapazes de triunfar frente ao novo mundo.
A primeira novidade a respeito dessa geração foi o fato de não ser classificada com base em sua data de nascimento. Qualquer pessoa pode fazer parte dela: aqui englobam-se todas as raças, idades e culturas. Os “fluxers” são pessoas com um “mindset” voltado para atuar no caos e na desordem, ou seja, mais adaptados ao mercado de trabalho e à instabilidade dos laços sociais estabelecidos nos dias de hoje.
A geração Flux refere-se a pessoas com uma capacidade de adaptação diferenciada, de um “savoir- y- faire” que as permite transitar em qualquer ambiente e ter uma carreira horizontal. Elas estão sempre em movimento. Diferente do que a maioria das pessoas pode pensar, não estamos falando de “workaholics, que dão a vida pela empresa. Antes de qualquer coisa, os “fluxers” precisam ter uma conexão com o que estão fazendo e entender o impacto de suas ações a médio-longo prazo.
Estamos falando de uma geração naturalmente inconformada com o status quo e que acredita que há sempre uma maneira melhor de se fazer alguma coisa.
Mas, melhor de que qualquer rótulo sociológico, o que apontam essas observações é que no mundo desbussolado da era pós-moderna, marcado pela quebra dos padrões e ideais, que provocou mudanças radicais no mundo do trabalho e no laço social, novas respostas surgem. Longe dos profetas que anunciaram a deliquescência do laço social, elas se mostram mais fecundas para construir novas formas de interagir, dando consistência à afirmação de Jorge Forbes: “a vida é risco para quem não queira ser genérico, plastificado e irrelevante.”
Marina Soubhia é diretora de Recursos Humanos de uma Startup.