Por Dorothee Rüdiger
Diante da ameaça de um holocausto nuclear ser detonado pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, o jogo de forças na política internacional pode tomar rumos imprevisíveis
O filho caçula do finado líder da Coreia do Norte está causando. Bilhões de telespectadores em volta do globo estão sentindo um certo mal-estar com as notícias que chegam, via mídia global, daquele país. O jovem líder, educado nos melhores colégios do Ocidente e que tinha dentre suas leituras revistinhas do Mickey Mouse, está com a mão no botão capaz de disparar mísseis nucleares. Alvos prediletos são a Coreia do Sul e também a terra de Mickey Mouse, os Estados Unidos.
Costumamos gostar dos ratinhos que enfrentam os grandes nas estórias em quadrinhos e nos desenhos animados: o próprio Mickey, Stuart Little, Remy (o ratinho de Ratatouille), Speedy Gonzalez e, claro, Jerry. Sentimo-nos menos insignificantes, quando, nessas estórias, esses pequenos notáveis vencem os grandes.
A Coreia do Norte é um país pequeno. É tão insignificante que até hoje vive como se vivia na Guerra Fria, quando ameaças nucleares eram assustadora realidade. O presidente desse país resolve mostrar ao mundo que tamanho não é documento e que, além das grande potências, existem pequenos países como o seu no mapa mundi.
O país é pequeno, a bomba é grande. Assustadora. Enquanto o mundo teme o líder do pequeno país, esquece que foi um pequeno avião que, em questão de segundos, pôs o World Trade Center abaixo. No comando da ação estava outro jovem criado pelo Ocidente, educado com filosofia e estórias em quadrinhos, que resolveu dar uma lição aos Estados Unidos. Esses, de fato, mostraram-se vulneráveis. Guerras e crises se sucederam. O poder trocou de mãos. O filho da família árabe acabou morto na insignificância de seu esconderijo.
No entanto, ficou um recado para quem acredita que nosso mundo é previsível. É o rato quem faz a montanha correr .