Há fins 06/08/2015

Por Jorge Forbes

São tantas as possibilidades de fim, há tantos fins, que nunca é justa uma palavra final

As coisas só terminam quando acabam. E elas nunca acabam quando achamos que já terminaram.

As pessoas também só terminam quando morrem e elas nunca morrem quando acham que já terminaram.

O fim é sempre uma surpresa, o que faz com que nunca estejamos preparados para ele.

Temos vários tipos de fim: o fim feliz; o fim doloroso; o fim do consolo; o fim realizado; o fim das contas; o fim das esperanças; o fim da linha; o fim alcançado. Fins para todos os gostos e situações.

O fim pode,  além de tudo isso, ser uma combinação: -“Você está a fim?”.

Como pode ser um alívio: -“Ufa, finalmente!”.

Ou uma conclusão: -“Enfim!”.

Podemos achar o fim da picada, não controlarmos esse momento que marca as nossas vidas. Que escande o tempo, que põe um antes e um depois. Fim é término, mas também é caminho, continuação, finalidade.

São tantas as possibilidades de fim, há tantos fins, que nunca é justa uma palavra final.

Isto são as pessoas.

Isto é gente! 

Jorge Forbes é psicanalista. Artigo publicado na revista IstoÉ Gente, março 2015.