Sábado no IPLA – 25 de outubro de 2014 – em 5 aulas
O mundo mudou. E eu com isso?
O sexo antes escondido agora é exibido. O amor outrora explicado agora é sem sentido. O natural cedeu ao artifício. A tecnologia nos leva a querer o que não precisamos. A genética antecipa informações de doenças que vamos ter e não queremos saber. Os sintomas, passando pelo curto-circuito da palavra, já não são os mesmos. O mundo desordenou-se, mudou e nos surpreende. Vivemos um Real arriscado. Sem sentido e sem lei. Um Real que nada espera da fala. Como interagir com isso de modo singular?
Em seu Seminário 23, Lacan diz de sua esperança de um dia articular o que chamou pedaços de real. Já não se trata mais, para ele, de um real universal que alcançaria a todos, mas de pedaços de real que tocam diferentemente a cada um exigindo, como desenvolveu Jorge Forbes, dois movimentos subjetivos: o da invenção de uma resposta original e da consequente responsabilidade por essa resposta. A cada um seu Real. O analista deve estar pronto para essa tarefa e implicado no desejo de alcançá-lo.
Para tratar dos sofrimentos e conseguir suportar suas alegrias o homem pós-moderno necessita de uma nova clínica psicanalítica.
O IPLA dedicará este “Sábado no IPLA”, do dia 25 de outubro, para tratar do que hoje nos importa: As Reais Eleições.
Data e horário: Sábado, 25 de outubro de 2014, das 9 às 17 horas.
Método: As aulas serão expositivas, conceituais e com exemplos clínicos.
Professores: docentes do IPLA.
Valor: R$ 180,00. As inscrições podem ser feitas no IPLA ou por depósito bancário. Alunos do IPLA e estudantes até 25 anos têm desconto de 20%.
As vagas são limitadas.
Local: IPLA, Rua Augusta, 2366 – Casa 2, São Paulo
Telefones: (11) 3061-0947 e (11) 3081-6346
Coordenação: Elza Macedo
Programa
9h00 – 9h30: Café com bolo IPLA
9h30 – 11h00: Aula Inaugural – As Reais Eleições – Jorge Forbes
Escolher é se arriscar. Responsabilidade e invenção. Você quer o que deseja? A psicanálise é a única prática que permite a alguém mudar sua posição ante o que não tem nome, o Real. Eu sou o meu acontecimento. A surpresa. Rumo a um significante novo.
11h00 – 12h00: Aula 2 – Verdade mentirosa – Claudia Riolfi
A letra. A escrita, discurso analítico. A dimensão da vida e a da morte. Que o analisante produza o analista. Pedaços de Real. Na psicanálise, não há saber no Real. O Real é um fogo frio. Felicidade. Sinthoma.
12h00 – 12h15: Café com bolo IPLA
12h15 – 13h15: Aula 3 – Linguisteria – Alain Mouzat
A contingência do encontro de lalangue com o corpo. O gozo opaco. O mal-entendido. O curto-circuito da palavra. Linguisteria. Paixão da ignorância. Dúvida e decisão. O obsessivo, homem-trincheira. O impossível de apreender. Inconsciente real.
13h15 – 15h00: Horário de Almoço
15h00 – 16h00: Aula 4 – A globalização é feminina – Liége Lise
Não há A mulher. O que quer uma mulher? Uma mulher é um sinthoma para um homem, ela o divide. Já o homem, ele é para a mulher algo pior que um sinthoma, uma aflição. Devasta-a. Excesso e gozo. O impossível da relação sexual. Vemos no Real do século 21 uma crescente desordem da sexuação.
16h00 – 17h00: Aula de Encerramento – O Real é o mistério do corpo falante, é o mistério do inconsciente – Dorothee Rüdiger
Afirma-se no corpo e não na razão. Corpo e gozo. A relação sexual é tomar o que reluz por ouro. A ressonância do corpo. O Real é sem lei. Afetado pela consequente mudança no laço social que passa da verticalidade, centrada na figura do pai, à horizontalidade, sem bússola. Vivemos o Século da bioengineering.